Procedimento foi realizado na madrugada desta quarta-feira (15), em parceria com a equipe do Centro Transplantador da Uopeccan do Hospital de Câncer de Cascavel

Na madrugada desta quarta-feira (15), a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Municipal Padre Germano Lauck, de Foz do Iguaçu, coordenou a nona captação de órgãos de 2021, em parceria com a equipe do Centro Transplantador da Uopeccan do Hospital de Câncer de Cascavel.

A captação foi feita após autorização da família de um homem de 65 anos, vítima de hematoma subdural crônico. A morte encefálica do paciente foi confirmada por meio de exames realizados seguindo o cumprimento de uma série de protocolos específicos, bastante criteriosos.

A comissão do hospital municipal abordou a família da vítima sobre a possibilidade da doação. Em um gesto nobre e fraterno, os familiares consentiram, dando assim um “sim” à vida de outras pessoas que estão à espera de um transplante.

A equipe fez uma série de exames para avaliar a viabilidade de concluir a retirada dos órgãos antes de iniciar o processo da captação. “Parabenizamos a família do paciente pelo consentimento, mesmo em um momento de dor e toda a equipe do Centro Transplantador e os profissionais multidisciplinares da instituição”, disse a secretária da CIHDOTT, enfermeira Daiane Sosa.

De acordo com a enfermeira responsável pelo Centro Cirúrgico do hospital, enfermeira Ana Cláudia Fuzari, foram captados fígado e rins do doador. O procedimento demorou cerca de três horas.

Desde o início do ano, o hospital municipal teve 16 doadores elegíveis, sendo 9 procedimentos bem-sucedidos. “Os motivos que levam à não doação de órgãos e tecidos ainda tem a recusa dos familiares como a principal causa, seguida das contraindicações médicas”, explica a secretária da CIHDOTT. 

Como ser um doador

O passo principal para se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar bem claro o desejo. Não é necessário deixar nada por escrito. A doação de órgãos pode ocorrer a partir do momento da constatação da morte encefálica.

Em alguns casos, a doação em vida também pode ser realizada, em caso de parentesco até 4º grau ou com autorização judicial (não parentes). De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), mais de 45 mil pessoas aguardam a doação de um órgão no Brasil.

Para o diretor-presidente do Hospital Municipal, o médico Amon Mendes Franco de Sousa, a informação ainda é a principal ferramenta para salvar vidas. “Certas questões precisam ser desmistificadas sobre a doação de órgãos. E isso só se torna possível por meio da informação, do diálogo entre familiares, para que todos estejam cientes sobre a importância da doação”, pontuou o diretor.