Equipes estão espalhadas nas regiões de Três Lagoas, Porto Meira, Morumbi e Vila C; ação nos bairros teve início no sábado (26) e segue até sexta-feira (01)

Dona Darci Salles abriu as portas de casa, no bairro Morumbi, para receber as ações do Mutirão de Combate à Dengue e Chikungunya nesta segunda-feira (28). Ela acompanhou a equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) na vistoria do terreno enquanto contava sobre os dias de sofrimento quando teve dengue, há três anos.

“Foi horrível, eu contraí a dengue que mata (hemorrágica). Foram dias de muito sofrimento e escapei por um fio, nunca mais quero pegar essa doença”, comentou.

Dona Darci mora em uma das regiões de alto risco para a doença, assim como a Vila C, Porto Meira e Três Lagoas, bairros que também estão recebendo o esforço redobrado do Município para conter o agravamento da epidemia da dengue.

Para prevenir o adoecimento de dona Darci e de toda a população, as equipes verificam os pontos de formação de criadouros do Aedes aegytpi, a exemplo de pratinhos dos vasos de plantas, potes de água para animais, abertura em caixas d´água ou fossas, e objetos que acumulem água.

“Além da vistoria, transmitimos orientações para a forma correta de eliminar focos do mosquito e evitar os criadouros, somente assim vamos vencer o mosquito”, contou o agente de endemia Cleberson Alécio.

Ao todo, 150 agentes de saúde do CCZ participam da mobilização. Fiscais da Secretaria da Fazenda e servidores das secretarias de Meio Ambiente e Obras também prestam apoio para as demandas relacionadas à retirada de entulhos e na notificação de criadouros. A meta é vistoriar cerca de 10 mil imóveis.

Cooperação

De acordo com dados do CCZ, a conscientização da população é a principal arma contra a doença, já que cerca de 70% dos focos estão nas residências. No último sábado (26), mais de 350 servidores de várias secretarias e autarquias também participaram de uma mobilização em vários pontos da cidade. A ação contou com a distribuição de materiais e orientações aos moradores.

“Estamos antecipando e intensificando as ações porque estamos em alto risco para uma epidemia mais grave, que inclui a chikungunya, por isso a colaboração da população é crucial para eliminarmos o mosquito e evitarmos o aumento da transmissão da doença”, expressou chefe do CCZ, Renata Defante Lopes.

Antecipação

A mobilização de combate à dengue está sendo antecipada neste ano por conta do cenário epidemiológico da doença, que começou o calendário do novo ano epidemiológico com a curva de indicadores acima da média. “Fechamos o ano epidemiológico com mais de 55 mil notificações e 14 mil casos confirmados de dengue, além de 22 óbitos pela doença. Nos primeiros dias deste novo ano epidemiológico, que iniciou em 1º de agosto, já temos 42 casos confirmados de dengue e 401 notificações”, informou Roberto Doldan, diretor da Vigilância em Saúde.

Outros

Além das orientações para prevenção da dengue, os agentes de endemias também fazem a verificação de fatores de risco para outras doenças, tais como raiva e leishmaniose. “Verificamos se há pontos de depósito de material orgânico que são criadouros do mosquito-palha, vetor da leishmaniose e também orientamos para vacinação contra raiva nos animais e demais situações relacionadas a zoonoses”, completou Alécio.

Foto: Thiago Dutra/PMFI