Grupos de teatro, bandinha e coral são iniciativas empregadas pelos profissionais para melhores avanços no tratamento de crianças e adultos

Ao ver a filha cantando em público e interagindo com a plateia, Aline da Rosa, a mãe, não conteve a emoção. Mais do que orgulho, o momento representou também a evolução da pequena Ana Laura, diagnosticada com transtorno do espectro do autismo há mais de dois anos e participante da oficina de reabilitação musical do Centro Especializado em Reabilitação (CER-IV).

Ana Laura foi uma das crianças que se apresentaram com a bandinha e o coral de pacientes diagnosticados com afasia, nesta sexta-feira (21), entoando canções sobre a primavera e a mudança de ciclos. Metáfora, como explica a mãe, que faz todo o sentido para a história delas.

“Foi impossível não chorar ao ver tudo isso. A partir do momento que as terapias começaram, ela se tornou outra criança. Passou a conversar, interagir conosco, andar melhor com as fisioterapias, coisas que eu não pensava que poderiam acontecer há dois anos. Foi um processo muito longo e hoje temos essa recompensa”, disse Aline.

O show com a bandinha foi apenas uma das atracões especiais da cerimônia em homenagem ao Mês das Crianças. Por meio do Foz Fazendo Arte, as crianças iniciaram há três meses oficinas de teatro com arte-educadores contratados pela Fundação Cultural. Nesta manhã, foi o grande dia da apresentação.

Para Arthur Araújo, 14 anos, nem o nervosismo da estreia como ator conseguiu atrapalhar o grande momento. “Eu fui treinando bastante para me apresentar e consegui fazer muito bem”, contou jovem.

Os pais, que acompanharam atentos, também não conseguiram esconder a alegria por assistir ao filho. “O Arthur já vem ao CER-IV há algum tempo, tivemos muito avanços, mas com o teatro foi tudo ainda melhor. Ele sempre gostou de se comunicar, então aqui ele conseguiu aprender a se expressar melhor e interagir diretamente com outras pessoas”, afirmou o pai, Fabrício Araújo.

Oficinas de arte e reabilitação

A gerente de serviços técnicos do CER-IV, Caroline Ribeiro, detalha que aliar oficinas de arte e reabilitação se tornaram diferenciais positivos na rotina de tratamentos oferecidos no espaço. A cada ciclo e turmas que são concluídas, novas boas histórias surgem.

“Seguir um planejamento e com tempo previsto para término é muito importante, pois preparamos pacientes para novas reabilitações e recebemos novos para iniciar um trabalho que faz diferença. Temos a oficina de arte que é acompanhada pela equipe multiprofissional, assim oferecemos esse contato com a cultura e não deixamos de lado o tratamento”, disse.

De acordo com a secretária de Saúde, Jaqueline Tontini, o trabalho mostra a importância do SUS no atendimento às famílias e tratamento com as crianças e outros pacientes que buscam o CER-IV para reabilitação.

“O diagnóstico é sempre um momento difícil, mas aqui no CER-IV a nossa equipe está sempre pronta a auxiliar e orientar todos os caminhos necessários para que o atendimento seja feito da melhor forma possível. Para termos momentos como esses, foram necessários dias de trabalho e muita dedicação dos profissionais e pacientes. Isso nos orgulha muito”, pontuou Tontini.