Número é expressivo mesmo com as cirurgias eletivas suspensas até o final de julho de 2021, devido à pandemia; 11% dos procedimentos foram pacientes dos municípios da região e Paraguai

Foto: Christian Rizzi/PMFI. 

O Hospital Municipal Padre Germano Lauck, de Foz do Iguaçu, realizou 8.355 cirurgias de urgência, eletiva e pequenos procedimentos em 2021. O número é 43% superior aos procedimentos feitos em 2020 – um total de 5.872. 

Os dados foram apresentados em reunião do Conselho Municipal de Saúde na última semana. As cirurgias eletivas foram suspensas em março de 2020 e só foram retomadas no final de julho de 2021, devido à pandemia da covid-19. Mas, como o hospital municipal é referência nos atendimentos de urgência e emergência para toda a 9ª Regional de Saúde – e também atende aos paraguaios, argentinos e turistas -, as cirurgias necessárias nestes casos continuaram a ser feitas pela equipe médica da instituição no período. 

Do total de procedimentos em 2021, 11% são pacientes dos municípios da 9ª Regional e do Paraguai.

Com base no relatório do último quadrimestre de 2021, o Hospital Municipal tem uma média mensal de 900 atendimentos por mês. Em relação aos exames laboratoriais, 63 mil procedimentos são feitos mensalmente na instituição. 

Internamentos

O número de internamentos no hospital municipal em 2021 aumentou 15% em relação ao ano anterior: foram 10.559 em 2021 e 9.152 em 2020. A pandemia da covid foi um dos fatores que contribuiu com esse aumento – e Foz do Iguaçu se preparou para isso, garantindo assistência a todos os pacientes, da cidade e da região. 

Durante a pandemia, o número de leitos de UTI Covid do hospital passou de 17 para 70, em um esforço em tempo recorde, que contou com apoio dos governos estadual e federal, por meio da Itaipu Binacional. Mesmo com esse suporte, o Município absorveu a maior parte dos custos para a manutenção desses leitos, uma vez que cada UTI despende, por dia, cerca de R$ 3,5 mil, enquanto o repasse para o custeio, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é de R$ 1,6 mil. 

“Este esforço para o aumento dos leitos de UTI foi o que assegurou que, mesmo no pior momento da pandemia, tivéssemos condições de atender os pacientes mais graves. Mesmo com 70 leitos, ainda tivemos que adaptar estruturas e chegamos a atender mais de 100 pacientes em estado grave”, afirmou o diretor-presidente da Fundação Municipal de Saúde, Dr. Amon Mendes Franco de Sousa.

Desde março de 2020, o hospital teve quatro ampliações: em maio, recebeu a unidade de terapia em doenças infecciosas com 12 leitos; em julho, a unidade de cuidados especiais com 21 leitos; em setembro, o pronto-socorro respiratório, com 12 leitos e quatro salas de emergência. “No pós-pandemia, toda essa estrutura fica como legado à população de Foz e região”, complementou Amon.

Investimentos em modernização

O Hospital Municipal vem investindo em equipamentos modernos e tecnologia para um atendimento de ainda maior qualidade e eficiência. Somente em 2021, por exemplo, foram adquiridos sete novos aparelhos de anestesia, dois aparelhos de raio-x, um arco cirúrgico, um angiográfico digital, três ambulâncias, camas elétricas e poltronas, e 200 computadores para as estações de trabalho. 

Essas aquisições foram feitas por meio de um convênio entre a Fundação Municipal de Saúde e a Itaipu Binacional. 

Custeio hospital

O Município repassa ao hospital, mensalmente, R$ 10 milhões, dos quais 60% são recursos da administração municipal. Isso acontece, principalmente, em virtude da defasagem de atualização da tabela SUS, que não é reajustada de forma linear há cerca de 12 anos. 

Isso significa que o valor que o município recebe por atendimentos, procedimentos, cirurgias e exames realizados pelo SUS não é suficiente para cobrir os gastos, que precisam ser subsidiados pela prefeitura. A previsão orçamentária de custeio do hospital para o ano de 2022 é de R$ 120 milhões, dos quais R$ 55 milhões deverão ser de repasses estaduais e federais.