Servidores do CCZ participam de treinamento para a utilização desta nova ferramenta de combate ao Aedes aegypti; projeto é uma parceria com a Fiocruz Amazônia e o Ministério da Saúde

Cerca de 40 pessoas, entre servidores do Centro de Controle de Zoonoses de Foz do Iguaçu (CCZ), representantes do GT-Saúde da Itaipu Binacional, Centro de Medicina Tropical e 9ª Regional de Saúde participam de um treinamento ofertado pela Fiocruz Amazônia (Fundação Oswaldo Cruz) e Ministério da Saúde para a implantação das Estações Disseminadoras de Larvicida, utilizadas no combate ao mosquito Aedes aegypti. 

A ferramenta, inédita no país, foi implantada em onze cidades brasileiras, nas regiões Nordeste, Noroeste e Sudeste. Foz do Iguaçu é o segundo município da região Sul a adotar a estratégia, que se soma as demais ações já utilizadas pelo CCZ.

“O Centro de Controle de Zoonozes sempre está ligado às inovações e sempre buscou parceiros nas instituições de ensino e projetos de pesquisa. Essa ferramenta surgiu na Fiocruz Amazônia, que apresentou o projeto ao Ministério da Saúde e, agora, estamos sendo contemplados”, explicou a chefe do CCZ, Renata Defante Lopes. De acordo com ela, a iniciativa terá a duração de um ano e ao final será avaliado para uma possível adoção permanente. 

Conforme explicou o pesquisador da Fiocruz Amazônia e responsável pelo projeto, Sérgio Luz, a estratégia tem como objetivo utilizar o próprio mosquito na redução da sua população, através da disseminação do larvicida em criadouros. “O instrumento é um recipiente plástico com água recoberto com um pano preto umedecido com o inseticida. Ao pousar neste recipiente, partículas do larvicida aderem às patas e as partes do corpo do inseto. A fêmea tem o hábito de colocar ovos em vários lugares, então, quando ela procurar estes locais, levará o larvicida, contaminando outros criadouros”, detalhou.

A ferramenta foi adotada em 2014 em Manaus e Manacapuru (no Amazonas), cidades nas quais a alternativa apresentou resultados promissores no controle desses vetores. Em 2016, com o advento do Zika Vírus, novas cidades incorporaram o projeto.

“É mais uma estratégia vetorial de controle ao mosquito que se une às estratégias já existentes, mas que não substitui nenhuma delas e, principalmente, não substitui o trabalho que a população deve ter de limpeza dos terrenos, dos quintais e a eliminação de criadouros. Nenhuma doença no mundo se controla se não houver o manejo integrado, a junção das atividades da saúde com a comunidade”, alertou Sergio Luz. 

Treinamento

Serão dois dias de treinamento teórico (21 e 22) sobre os princípios do projeto e a manutenção periódica do equipamento, e outros três dias (23 a 25) de aulas práticas, com a instalação das estações disseminadoras de larvicida. A expectativa é instalar até 25 equipamentos por dia, em residências na região da Vila C, Lagoa Dourada e Jardim América, totalizando 75 disseminadoras ao final do treinamento. Durante um ano, a expectativa é instalar até 2 mil unidades. 

Ações do CCZ

Foz do Iguaçu mantém 3.500 armadilhas fixas em imóveis para captura do mosquito vivo, trabalho que auxilia no levantamento de dados para saber quais vírus estão circulando. Além disso, cerca de 90 agentes de endemias visitam as casas e comércios todos os dias, orientando a população e auxiliando no trabalho de combate à dengue e outras arboviroses.