A nova estrutura irá atender, de forma mais ampla e com equipamentos modernos, tantos aos trabalhadores da Coleta Seletiva quanto à comunidade.

Há cerca de um ano, a catadora Rosani de Lima comemorava a conquista da casa própria ao se mudar para o residencial Boicy I. Nesta quarta-feira, 23, ao lado de outros 20 colegas, celebrou a inauguração da nova Unidade de Valorização de Recicláveis Pedro Colombelli, que irá funcionar na região da Gleba Guarani.

“Eu já trabalho com a reciclagem há um tempo, mas sempre na rua, caminhando com esse sol e muitas vezes tendo que gastar o pouco que ganhava com as passagens de ônibus. Agora eu estou muito feliz, porque sinto que vai ser diferente, além de ser ao lado da minha casa, com uma estrutura boa para trabalhar”, disse.

A cerimônia para a entrega do espaço contou com a presença do prefeito Chico Brasileiro, que destacou o papel das UVRs como uma forma de dar mais dignidade ao trabalho diário desses prestadores de serviço tão importantes para a cidade.

“O que esses homens e mulheres fazem aqui não pode ser um trabalho invisível, pois ele é em prol de toda a cidade, pois além de evitar o descarte irregular de resíduos ainda gera renda para as famílias e aumenta a vida útil do aterro. Inaugurar uma unidade completa como essa deve ser um motivo de orgulho para todos os moradores”, frisou Chico.

O prefeito ainda destacou o alcance que o programa da Coleta Seletiva atingiu em Foz, cobrindo 100% das residências e eliminando problemas antigos que o município enfrentava.

“Quando assumimos a gestão, estabelecemos como meta a criação do programa para não só recolher o lixo, mas dar um formato humano e digno a quem o realizava. A nossa equipe da Secretaria de Meio Ambiente, com o apoio constante da Itaipu Binacional, deu vida e importância ao projeto”, completou Chico.

A Itaipu Binacional é uma das parceiras do município na consolidação e gestão do projeto. O diretor-geral brasileiro da usina, general João Francisco Ferreira, ressaltou o alcance social que o programa conseguiu cumprir.

“Vemos como isso contribui diretamente e indiretamente na vida tantas pessoas que levam daqui o sustento para as casas. Tudo é feito de forma organizada, participativa e sempre com pessoas dispostas a evoluir o que é muito bom. O projeto proporciona isso e a Itaipu irá sempre apoiar”, garantiu o general.

Estrutura

A construção da UVR Pedro Colombelli iniciou em 2020, possui área total de 545,98 m², destes 459,44 m² referem-se à área de recebimento e triagem de materiais e 86,54 m² compreende a área administrativa e de serviços, como cozinha, lavanderia e banheiros.

O valor total de investimento na unidade supera R$ 1 milhão, entre estrutura e equipamentos, incluindo o caminhão para a coleta. Além da parte física, as unidades receberam equipamentos para a mecanização do processo de triagem e armazenagem dos materiais provenientes da Coleta Seletiva porta a porta, o que garante maior produtividade e também dignidade aos trabalhadores, possibilitando mais renda e melhores condições de trabalho.

A secretária de Meio Ambiente, Angela Meira, relata que a modernização das UVRs causa um impacto cada vez mais positivo para a cidade, com menos materiais sendo encaminhados ao Aterro Sanitário.

“Com a coleta, temos menos entulhos e resíduos no aterro, sem a disposição de materiais em lugares indevidos, como áreas de preservação e terrenos baldios. O trabalho precisa do apoio integral da população, para que se aliem à coleta e criem uma sensibilização ambiental cada vez maior”, alertou.

Homenageado

O nome da UVR é uma homenagem a Pedro Colombelli, ex-militar e lavrador que dedicou anos da vida para lutar pelo meio ambiente de Foz do Iguaçu. Entre os papéis que desempenhou, atuou para proteger as matas ciliares e nascentes dos rios, além de preservar bosques e plantar muitas árvores.

Falecido em 2013, repassou cada um desses valores aos filhos. A filha, Vera Lúcia Colombelli, não conteve a emoção ao relembrar do pai. “Para ele sempre foi importante cuidar do meio ambiente, e olha que naquela época quase não se falava nisso como hoje, mas para ele sempre foi uma missão”, diz.

A viúva, dona Alminda Colombelli, contou que a homenagem será um modo muito bonito de eternizar o trabalho que fez. “O Pedro era um homem muito bom com todos e queria que todos pudessem se preocupar com o meio ambiente, principalmente os jovens. Hoje ficamos muitos felizes com o nome dele em um lugar que faz isso”.

Fotos: Christian Rizzi/PMFI