Estudantes passam por avaliações diagnósticas e são inseridos na Sala de Recursos Multifuncional, para potencialização das habilidades e enriquecimento extracurricular

Foto: Thiago Dutra/PMFI.

Crianças que demonstram habilidades acima da média, comprometimento com as tarefas, possuem grande criatividade e um rico vocabulário podem ser, muitas vezes, dotadas de altas habilidades ou superdotação (AH/SD). 

Na rede municipal de ensino de Foz do Iguaçu, alunos identificados com este perfil passam por uma avaliação na qual são identificados o desempenho cognitivo, a capacidade intelectual e o processo de resolução de problemas. O teste, conhecido como WISC (sigla em inglês para Escalada Wechsler de Inteligência para Crianças), é realizado por uma psicóloga especialista, após o encaminhamento da escola ou solicitação dos pais.

Com a confirmação do diagnóstico, as crianças são inseridas na Sala de Recursos Multifuncional para Altas Habilidades/Supertodação, localizada na Escola Municipal Parigot de Souza, região central da cidade. As aulas acontecem no contraturno escolar e os alunos também participam de oficinas de violão, xadrez e teatro.

O objetivo deste espaço, conforme explica a diretora de educação especial da Secretaria Municipal da Educação, Vanessa Aquino, é potencializar as habilidades dos estudantes, com instrumentos que contribuam para o enriquecimento extracurricular. “Na sala de recursos, a professora trabalha com o potencial dos alunos, oferece oportunidades para pensamentos de alto nível, estimula a criatividade e principalmente, respeita a capacidade e a individualidade de cada criança”. 

Professora da Sala de Recursos e mestra em ensino pela Unioeste, Cleonice da Luz dos Santos explica que um aluno pode ter grande potencialidade com raciocínio lógico/matemática, por exemplo, e precisar de apoio para o português. 

“Precisamos desmistificar o fato de que os alunos com AH/SD são nota dez em todas as disciplinas, pois a presença de habilidades acima da média em uma ou mais áreas pode ocorrer conjuntamente com alguma dificuldade de aprendizagem ou, por exemplo, com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e TDAH (Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade)”, explica. “Por isso procuramos apresentar um leque de possibilidades, potencializando áreas de destaque e áreas que precisam de apoio”, concluiu. 

Experiências

Jaqueline Castro é mãe do Samuel, de 8 anos, aluno com altas habilidades/ superdotação. Ela conta que apesar de identificar no filho um desenvolvimento acentuado em diversas áreas, foi por meio da escola a confirmação do diagnóstico.

“Notávamos dentro de casa que ele tinha um desenvolvimento rápido, principalmente na parte da comunicação, linguagem e raciocínio lógico, mas quem detectou foi a Escola Dr. Dirceu Lopes. Ele tirava sempre notas boas, terminava os exercícios antes, tinha uma capacidade de aprendizagem rápida e dentro da rede foi encaminhado para a avaliação”, conta.

Com o diagnóstico, Samuel – que hoje é aluno da Escola Parigot de Souza – foi inserido na sala de recursos. A mãe elogia o atendimento dado ao filho e à família. “O acompanhamento aos pais é maravilhoso, porque ela (professora Cleo) faz uma aproximação com a família sobre como devemos lidar para potencializar esse processo de aprendizagem dentro de casa. A gente se sente amparado e acolhido”, disse.

Atualmente, 21 alunos estão matriculados na Sala de Recursos Multifuncional AH/SD.