Criação de uma comissão técnica da pessoa com deficiência vai contribuir para melhorar o atendimento na rede e dar mais celeridade ao diagnóstico
As secretarias da Saúde e Educação de Foz do Iguaçu estão trabalhando juntas para melhorar os fluxos de atendimento às pessoas com deficiência, especialmente crianças com transtorno do espectro autista. O debate está sendo ampliado devido ao aumento expressivo no número de crianças diagnosticadas com TEA.
Para fortalecer as ações, uma Comissão Técnica da Pessoa com Deficiência foi constituída na manhã desta terça-feira (26), durante reunião no complexo Bordin. Além da Saúde e Educação – representadas pela Diretoria de Saúde Mental, Centro Especializado em Reabilitação (CER IV), Atenção Básica e Diretoria de Educação Especial – a comissão conta com representantes de entidades conveniadas, como Apae, Apasfi e Nosso Canto, e do Hospital Ministro Costa Cavalcanti.
“Essa comissão tem como objetivo discutir os fluxos, planejar e reorganizar as demandas, que hoje são muitas. O quanto antes uma criança receber atendimento na rede e iniciar o acompanhamento com profissionais especializados, menor será o impacto na educação. A intervenção precoce garante mais resultados e uma melhor socialização da criança. É um grande desafio, mas que, em conjunto, venceremos”, comentou a secretária de saúde, Jaqueline Tontini.
Uma das propostas da comissão é ofertar capacitações aos servidores da saúde, e também às famílias, já que o trabalho precisa ser feito de maneira conjunta. “Precisamos muito do acompanhamento da saúde para desenvolver os trabalhos pedagógicos na educação. Sabemos que o número de crianças autistas aumentou muito nos últimos anos e até mesmo as famílias precisam de maior amparo e orientações”, disse Maria Justina da Silva, secretária da educação.
Nas escolas e Cmeis (Centro Municipal de Educação Infantil) são atendidas 540 crianças com TEA, 320 na educação infantil e 220 no ensino fundamental. No CER IV, 189 pacientes com autismo recebem atendimento. Dados do Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos Estados Unidos apontam a prevalência do autismo em 1 a cada 44 crianças de até 8 anos. No Brasil, estima-se que 4,84 milhões de pessoas tenham o autismo.