Por Deoclécio Duarte
O setor público de saúde de Foz do Iguaçu precisa melhorar significativamente. Há muito tempo observo a grande quantidade de reclamações das pessoas que buscam atendimento na nossa cidade. As queixas abrangem todos os níveis de atendimento, desde os mais simples até os de alta complexidade. O problema é que doenças não tratadas adequadamente no início tendem a piorar, e, com o tempo, os custos do tratamento tornam-se muito maiores do que se fossem tratadas corretamente desde o começo.
Pesquisas recentes mostram que cerca de 60% dos iguaçuenses consideram a saúde o principal problema a ser resolvido pelo próximo prefeito. A saúde também tem sido o principal tema dos requerimentos da Câmara de Vereadores para a Prefeitura. Esses dados revelam que o problema é crítico. As filas de espera por cirurgias e especialidades médicas têm milhares de pessoas aguardando atendimento por meses e até anos, quando não ocorre de a pessoa falecer antes de ser atendida.
Quando o Hospital Municipal Padre Germano Lauck (HMPGL) foi construído, o sistema de saúde da cidade foi totalmente reestruturado, com reformas e construção de novas Unidades Básicas de Saúde, além da implementação de tecnologia no gerenciamento do setor. Naquela época, a administração municipal superou um período crítico marcado pelo fechamento da Santa Casa Monsenhor Guilherme e por uma infraestrutura de saúde ineficiente.
Com este artigo, busco mostrar que existem soluções para todos os problemas quando há vontade e união para combater os desafios que afetam nossa cidade. Atualmente, o Hospital Municipal enfrenta dificuldades, com dívidas milionárias e um atendimento bem abaixo do esperado. As propostas de regionalização ou federalização do hospital precisam avançar. Hoje, grande parte dos recursos de saúde do município é direcionada ao HMPGL, comprometendo a prevenção e o atendimento inicial das doenças.
Precisamos unir todas as forças da sociedade e dos governos municipal, estadual e federal na busca de soluções. Os avanços na saúde podem ser alcançados através de ações eficazes de gerenciamento de recursos e sua aplicação nos problemas que mais geram insatisfação na população. Proponho a realização de mutirões de especialidades médicas e cirurgias, além de uma maior utilização da excelente estrutura do Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC), mantido pela Itaipu Binacional e referência em oncologia, cardiologia e obstetrícia. É necessário investir para que o HMCC possa suprir outras demandas da saúde de Foz do Iguaçu.
Precisamos agir com urgência e inteligência para que os recursos públicos sejam aplicados de forma eficaz. Conclamo um pacto de todos para que o Sistema Público de Saúde volte a ser destaque em nossa cidade. Afinal, quem tem dor tem pressa. Que possamos levar alívio ao sofrimento de tantas pessoas.
Deoclécio Duarte – Empresário em Foz do Iguaçu