A iniciativa tem apoio da Secretaria Municipal de Saúde e visa dar mais oportunidades aos usuários em tratamento nos Centros de Atenção Psicossocial de Foz do Iguaçu

O ganho de autonomia é uma das etapas essenciais no processo de reabilitação dos usuários dos Centros de Atenção Psicossocial de Foz do Iguaçu (CAPS). Uma das formas de atingir esse objetivo é por meio do resgate da autoestima e reinserção social. Esta será a principal finalidade da nova associação composta pelos assistidos dos serviços de Saúde Mental do município.  

A organização do grupo começou a ser discutida nesta terça-feira (29), em uma reunião com a secretária de Saúde, Rosa Jeronymo, representantes dos CAPS e pessoas atendidas pelos serviços da Diretoria de Saúde Mental que lideram a iniciativa, com a disposição de promover autonomia, visibilidade social para a causa e também a geração de renda, por meio da venda de produtos produzidos semanalmente em oficinas de artesanatos, pinturas, entre outros.

Rosa reforçou que a formulação de uma associação precisa partir dos próprios integrantes, com a criação de regimentos internos e escolhas de diretorias, contudo, garantiu que o município dará todo o suporte necessário para que a ideia se torne real. 

“A criação da Diretoria de Saúde Mental já mostrou como a administração está preocupada em lidar com o assunto, criando os melhores cenários e modos de tratamento, baseado na recuperação da qualidade de vida. Essa oportunidade de obter renda com o próprio trabalho, é algo motivador”, destacou Rosa.

Busca por significado

Conforme explica a coordenadora dos serviços de Saúde Mental, Renata Carvalho, o trabalho da associação seria um resgate do orgulho dos usuários, que terão um trabalho reconhecido e admirado por quem os acompanha. 

“A nossa intenção é dar visibilidade e acabar com estigmas muito presentes. A reabilitação vai muito além do trabalho para evitar o vício, ela passa diretamente pela busca de um significado maior da vida. Essa é uma alternativa que pode nos ajudar de forma muito completa”, frisou. 

Renata ainda pontua que o benefício será estendido a todos os usuários dos serviços da Saúde Mental, estabelecendo relações mais próximas entre eles. 

“Falamos também sobre reinserção social, ponto crucial para uma recuperação completa. A conquista de uma renda própria é capaz de gerar isso entre eles, como um sinal de independência e trabalho”, completou. 

Cristiano Quintanilha, que há cerca de cinco anos frequenta as oficinas do CAPS AD, é um dos idealizadores do projeto. Ao lado de colegas que fez durante o tratamento, tenta mostrar para a sociedade o que podem fazer. 

“Nós, que estamos em tratamento por conta de doença mental ou adictos, não somos pessoas inúteis. Muitos pensam que não temos valores perante a sociedade, mas com um espaço para mostrar o que produzimos, acredito que ganharemos mais voz”, deseja Cristiano.