Serão duas turmas para meninas de até 15 anos que terão aulas no Bubas e em outro bairro a ser definido pela coordenação.
A partir desta segunda-feira (dia 22), meninas de 13 a 15 anos podem concorrer a uma das 60 vagas do “Projeto Coração” de Foz do Iguaçu. As inscrições gratuitas, para 2022, devem ser feitas pela internet até 15 de janeiro por um link exclusivo, disponibilizado pela instituição./
Segundo a coordenação do projeto social, ano que vem haverá uma turma na Comunidade do Bubas e outra, em um bairro escolhido pelo maior número de inscrições. Cada área da cidade receberá 30 alunas, selecionadas de forma presencial.
Quem tiver a matrícula confirmada, receberá uniforme completo (calça, camiseta e jaqueta), cesta básica mensal e atendimento psicológico para alunas e familiares.
Disciplinas
A grade curricular do próximo período letivo já está definida pela equipe pedagócica do projeto. Entre as matérias constam “Estratégia de Combate e Prevenção à Violência Contra a Mulher e Familiar”; “Introdução nas Mídias Sociais”; “Educação Ambiental e Sustentabilidade”; “Política e Cidadania”; “Defesa Pessoal e Esportes”; “Comunicação e Literatura”; “Ordem Unida e Disciplina”; “Devocional”, “Empreendedorismo” e “Psicologia, Amor e Acolhimento”.
Além das matérias padrões, as adolescentes participarão de nova seleção para cursos profissionalizantes oferecidos por empresas parceiras. Todas vão receber certificado de conclusão no final do ano.
As aulas serão programadas sempre aos sábados, das 8h ao meio-dia. O início das atividades inclui um café da manhã completo para todas as alunas.
Link de inscrições
As interessadas nas vagas do Projeto Coração precisam acessar o link exclusivo para o cadastramento. Para isso, basta visitar o seguinte endereço eletrônico:
“Projeto Coração” leva cidadania às meninas do Bubas
A Comunidade do Bubas considerada a maior ocupação urbana do Paraná, recebeu de braços abertos o Projeto Coração. Desde 2019, a inciativa vem transformando, para melhor, a vida de garotas e de familiares que vivem em condições de vulnerabilidade social.
O projeto é uma iniciativa da policial Scheila Fátima de Melo (cabo da Polícia Militar do Paraná). “Nasceu, primeiro, com objetivo de promover a educação das adolescentes através de atividades teóricas e práticas dentro do Bubas”, explica a idealizadora.
Para transformar o sonho em realidade, a Organização Não Governamental (ONG) Projeto Coração reuniu voluntários dispostos a levar cidadania às moradoras da área habitada por quase 2 mil famílias. Entre os parceiros estão profissionais das mais diferentes áreas e empresários.
Primeira turma
Devido ao grande número de meninas interessadas em frequentar as aulas, foi preciso fazer uma seleção delas. Trinta jovens foram escolhidas para a primeira turma do projeto inédito.
As aulas não se restringem apenas em sala. Durante a temporada, as jovens têm conteúdos externos nas áreas de turismo, meio ambiente e outros. Programações assim possibilitam a elas visitar, por exemplo, o Parque Nacional do Iguaçu, o Parque da Aves e diferentes atrações de Foz do Iguaçu.
O trabalho de transformação no Bubas já tem mais de 2 anos com resultados positivos no contraturno escolar das adolescentes. A avalição é da ONG que também orienta as meninas a estarem matriculadas em colégios regulares para a manutenção da vaga no projeto.
“”Conforme a equipe pedagógica do Colégio Estadual Juscelino Kubtscheck, onde estão matriculadas, o rendimento escolar e o comportamento das alunas do nosso projeto melhoraram nitidamente. E, segundo os pais, o convívio familiar também mudou. De fato, elas dediciram protagonizar as suas histórias”, comemora a policial Scheila.
Ampliação e Parceiros do Coração
O reconhecimento do voluntariado encorajou a coordenação a ampliar o atendimento e não ficar limitado às alunas. Uma série de benefícios foi estendida às famílias e, no momento seguinte, a outros moradores do Bubas com ações sociais locais.
Entre elas, campanhas de arrecadação de agasalhos, alimentos brinquedos e livros que beneficiaram centenas de moradores da ocupação, desde o começo do projeto.
A criação, estruturação, implantação e manutenção do Projeto Coração só foram possíveis com a ajuda de amigos e voluntários. “Tem muita gente boa querendo colaborar por reconhecer a seriedade do projeto e nos dando mais esperança”, destaca.
Cada dia representa um avanço na relação entre as meninas e a equipe que trabalha diretamente na comunidade. Com o passar do tempo, elas demonstram os anseios e as dificuldades individuais. “Só podemos ajudar a melhorar (a realidade delas) quando as crianças se abrem e revelam seus problemas”.
Fotos: Acervo Projeto Coração