Os mototaxistas que atuam na região da Ponte da Amizade, entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este (Brasil e Paraguai, respectivamente), estão enfrentando longas esperas para cruzar a aduana na volta ao país, como mostra o vídeo enviado em grupos de WhatsApp.

Tudo por conta da Operação Padrão intensificada pelos auditores fiscais da Receita Federal do Brasil (RFB), que cobram reajustes de salários.

Também conhecida como “Operação Tartaruga”, a Operação Padrão consiste em fiscalizar 100% dos veículos e pedestres que ingressam no país em fronteiras seca, marítima ou aérea.

Entre os dias 21 e 23 de maio, as categorias atuarão com rigor redobrado na fiscalização das operações aduaneiras nos principais pontos da fronteira — Ponte Internacional da Amizade e Ponte Tancredo Neves — o que poderá impactar o fluxo e o tempo de liberação de mercadorias.

Embora o movimento envolva a suspensão da liberação de cargas, serão mantidas as liberações de produtos perecíveis, medicamentos e demais itens essenciais, com o objetivo de minimizar os efeitos à sociedade e ao setor produtivo, reafirmando o compromisso dos servidores com o interesse público.

A intensificação do movimento decorre da intransigência do governo federal, que até o momento não apresentou proposta de recomposição das perdas salariais acumuladas desde 2016. Soma-se a isso a edição das resoluções 7 e 8 do Comitê Gestor do Programa de Produtividade da Receita Federal, que reduziram de forma abrupta a remuneração variável da categoria, em atitude vista como retaliação ao legítimo direito de greve.

Além da luta por justiça salarial e isonomia de tratamento em relação a outras carreiras do Executivo Federal, os sindicatos denunciam a política de enfraquecimento institucional da Receita Federal, agravada pela falta crônica de pessoal.

Em Foz do Iguaçu, não há auditores e analistas suficientes sequer para suprir a atual demanda, realidade que tende a piorar com a abertura da nova ponte de ligação com o Paraguai, sem previsão de reforço de quadro funcional.

Esse cenário compromete a fiscalização aduaneira, a arrecadação tributária e o combate a ilícitos, afetando diretamente o financiamento de políticas públicas e serviços essenciais à população. A desvalorização e o tratamento discriminatório enfrentado pelos servidores da Receita Federal ameaçam uma instituição estratégica para a soberania nacional e a justiça fiscal.

Com : diáriodefoz