Audiência pública articulada pelo vereador Kalito oportunizou conhecimento dos estudos para projeto de reestruturação
O centro comercial e via histórica de Foz do Iguaçu, a Avenida Brasil foi pauta da audiência pública realizada na noite de terça-feira, 23 de abril, em que se discutiu a revitalização e urbanização. O debate, que lotou o plenário da Casa, foi proposto pelo vereador Kalito Stoeckl, considerando a antiga reivindicação tanto por parte de empresários da região, como dos moradores da cidade e também pensado no viés turístico do município. Um projeto desenvolvido por acadêmicos da UDC foi apresentado durante a audiência pública.
O vereador proponente abriu o debate pontuando a “falta de carinho com a qual a Avenida Brasil é tratada”. Ao final da discussão, como encaminhamento, Kalito enfatizou: “Entendemos que é fundamental a participação da Acifi, Codefoz e do Núcleo dos Comerciantes no termo de referência que vai construir o edital para reestruturação da via. Vamos pegar os estudos feitos pela Acifi, aliados aos dos acadêmicos. Vamos fazer um compêndio de tudo o que foi solicitado e vamos marcar reunião com prefeito para primeira semana de maio para entregarmos o documento e tirarmos as dúvidas que ainda ficaram pendentes”, disse o vereador o vereador.
A audiência reuniu setores comerciais, universidades, Sebrae e integrantes de entidades que têm se debruçado em estudos, pesquisas e busca da captação de recursos para tirar do papel a revitalização da Avenida, que tem quase 900 comércios e pontos de prestação de serviços. Dentre as questões apontadas estão as soluções para estacionamento, segurança pública, limpeza recorrente, novos atrativos, funcionamento dos comércios em horário expandido e noturno, de forma a movimentar a avenida.
Participação popular
Guiaroni Teixeira – coordenador geral do núcleo setorial da Avenida Brasil, do Programa Empreender da Acifi, pontuou: “Uma das dores do empresariado da Avenida Brasil é o estacionamento. O sistema rotativo está só no papel. Precisamos que o lojista também não estacione em frente aos comércios e deixe espaço para quem vai comprar”. Carlos Bordin, integrante da Comissão do Núcleo da Avenida Brasil da Acifi, memorou: “Desde 2020 empresários da Avenida Brasil tem se reunido para fazer intervenções na via”.
Edna Rubio – Coordenadora do Programa empreender da Acifi falou sobre estudo feito por alunos de Arquitetura e Urbanismo da UDC a respeito de qual Avenida Brasil que a população deseja, com revitalização e estrutura adequada, pensando nos resíduos, segurança e todos os demais aspectos. “O próximo capítulo da Avenida Brasil depende de todos nós, é de responsabilidade de todos”. Amanda Fagundes, do Sebrae, falou sobre levantamento de dados e linha do tempo de ações. “A avenida foi dividida em três setores para fazer o estudo”, explicou.
Projeto de urbanismo
Elisiana Kleinschmitt, professora e coordenadora adjunta do curso de Arquitetura e Urbanismo da UDC, destacou a “importância do estudo da primeira Avenida de Foz, em que a gente deve dar valor à própria história. Os alunos fizeram levantamento histórico, teórico e depois a prática”. Foi apresentado o projeto desenvolvido pelos acadêmicos priorizando espaços para pedestres com diversos atrativos e a avenida totalmente remodelada.
O vereador Ney Patrício destacou o interesse da comunidade em ver a concretização das mudanças necessárias para a via. “O que mais trazemos de relevante é o interesse da comunidade desse trecho da cidade. Tudo o que falamos aqui: ideia de funcionar dia e noite, segurança, calçadas, tudo isso foi amplamente discutido. É um projeto grandioso”.
Recursos financeiros para o projeto
Michieu Platini – chefe de gabinete e representante do deputado estadual Matheus Vermelho afirmou que “foi acordado que o deputado mandaria recursos e o prefeito se comprometeria a destinar para esse fim. Gostaria de sugerir uma agenda com prefeito e que seja feita o mais rápido possível para que possamos organizar tudo isso e não fique só no papel e então consigamos dar passos concretos”.
Andrey Bachixta – secretário municipal de Planejamento e Captação de Recursos, representando o Governo do Município, ponderou: “Com relação aos recursos houve uma fala para que se assumisse o compromisso para fazer o projeto da avenida. O prefeito garantiu de 500 a 600 mil reais para contratação do projeto. Estamos a colocar os técnicos para trabalhar nisso. A intenção é que até final do ano a gente tenha o projeto (executivo) da avenida”.
Outros projetos na cidade devem se integrar com a Av Brasil
André Alliana, secretário de Turismo, pontuou: “Estamos com previsão de obras na JK que devem custar 20 milhões e também com processo de concessão do Bosque Guarani. Então devemos pensar na Avenida Brasil. O município tem interesse total na reorganização da Avenida Brasil, que é uma área estratégica. Tem de haver união de esforços para encontrarmos as soluções.
Tribuna livre
Adilson Camargo, lojista, destacou: “Vivo a Avenida Brasil há 40 anos. Os últimos anos, infelizmente, a Avenida foi esquecida pelo Poder Público. Quantos empregos direitos e indiretos gera essa vida. Quantas empresas foram assaltadas na noite e avenida teve suas fiações roubadas. Trago reivindicações de lixeiras, de andarilhos que são seres humanos que precisam de assistência social. Peço que quem está olhando o projeto pense na questão do turista, não há recuo para que os ônibus estacionem”.
Lucas Felipe falou de exemplos internacionais de cidades que são ótimas para pedalar e pontuou o investimento em saúde pública a partir de ciclismo. “Que a gente tenha ruas menos ruidosas, menos poluídas”, elencou, exemplificando que poderia ser o caso da Avenida Brasil. Luciano Lima enfatizou: “Gostaria de deixar como proposta que tivéssemos um bondinho que descesse e subisse a Avenida Brasil. Infelizmente Foz ainda é uma cidade em que precisamos caminhar muito. Quando falamos da avenida também precisamos pensar nas pessoas em situação de rua, uma questão de saúde pública também”.
Nilson Rafagnin, do Projeto Iguassu, falou sobre o Zoneamento da Avenida Brasil. “Que se incentive o uso misto da avenida. Que haja incentivo também para que edifícios residenciais se instalem para que haja uma vida noturna na Avenida, criando essa vitalidade. Que se criem leis de incentivo para edifícios que se instalem por ali”.